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Brasília, 13 de dezembro de 1968; 147º da Independência e 80º da República.


Realidade possuía a relação de afeição que toda a revista precisa para sobreviver. Ganhou um público fiel que se sentiu traído com o caminho que a revista seguiu, principalmente, depois do AI5.

Com o endurecimento da ditadura, a maioria dos assuntos que pautavam as discussões abordadas na revista foram proibidos. Em 68, a equipe endeusada que fazia a Realidade se demitiu. Paulo Patarra escreveu a matéria de capa da edição de dezembro de 68, seu último mês na revista: Uma entrevista exclusiva com Luiz Carlos Prestes. A revista trazia ainda outras "alfinetadas" ao regime, como a manchete de capa "Copa de 70: Vamos pela esquerda", na matéria lia-se, “o caminho da seleção brasileira até a Copa do Mundo de 1970, no México, passa pela esquerda”. Gerson, Rivelino e Tostão, em página inteira, ladeados pelo título: "Nestas esquerdas o Brasil confia".
A tentativa de recompor a casa estendeu o prazo de sobrevivência até o início de 76, mas não com a mesma credibilidade, e por que não, carinho, que havia conquistado.

Aos 10 anos, aquela menina genial não suportou a pressão. E tornou-se comum, cometendo até os mesmos erros dos jornais impressos: jornalismo cansativo, pouco atraente e sem inovação. Não foi só perda de brilho, mas do contraste que ela criou para si, destoando-se de todos os outros veículos. O número 120, o último, foi às bancas em janeiro de 76, e vendeu 120 mil exemplares. Quantidade sonhada pelas revistas mais famosas da atualidade Oficialmente, a Editora Abril alegou que o fechamento da revista visava o lançamento de uma revista semanal de televisão.

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